sábado, 20 de setembro de 2008
Encontro de Comadres celebra as mulheres em OlindaO Dia Internacional da Mulher será, mais uma vez, marcado por um manifesto focado na produção das artistas pernambucanas: o Encontro de Comadres. A segunda edição do show-homenagem reunirá, na próxima sexta-feira (7), a partir das 18h, em frente à Prefeitura de Olinda, mulheres com forte representividade artística em públicos distintos: Alessandra Leão, Aurinha do Coco, Choro Brasil, Nena Queiroga e Dj Lala K.Idealizado pela musicista Alessandra Leão e as produtoras culturais Jô Maria e Mery Lemos, o Encontro de Comadres é também um ato de incentivo à criatividade das artistas do Estado. " Na primeira edição, em 2007, celebramos os dez anos da Comadre Fulozinha, a primeira banda formada só por mulheres da cidade", relembra a produtora Jô Maria. "Agora, escolhemos trabalhadoras talentosas que desenvolvem sua arte com dedicação e dignidade, fortalecendo e estimulando cada vez mais a cultura pernambucana", completa Mary Lemos.Como no ano passado, cada comadre convidará mais uma atração feminina para subir ao palco: Alessandra Leão convidará Selma do Samba; Aurinha do Coco chamará Célia do Coco; Choro Brasil levará Mônica Feijó e Nena Queiroga, Aurinha do Coco.Para a musicista, e também produtora, Alessandra Leão, o Encontro de Comadres "é uma grande celebração à cultura e a mulher, um convite à arte produzida por mulheres, à conscientização e ao combate aos preconceitos". A segunda edição do Encontro de Comadres é uma parceria entre o Governo do Estado, a Secretaria da Mulher e a Prefeitura de Olinda..: ENCONTRO DE COMADRES :.Quando: Sexta-feira (7), a partir das 18hOnde: Em frente a Prefeitura de OlindaSHOWSDJ Lala K (nos intervalos)18hs - 18:40hs - Nena Queiroga - Convida: Aurinha do Coco19hs - 19:40hs - Choro Brasil – Convida: Mônica Feijó20hs - 20:40hs - Aurinha do Coco – Convida: Célia do Coco21hs - 22hs - Alessandra Leão – Convida: Selma do Samba
Aurinha tira o leite do coco
20/09/2003
O que são quatro meses em uma carreira de vinte anos? Para Aurinha do Coco, representa a realização de um sonho. No último quadrimestre, ela e o coquista Washington Felipe produziram e gravaram o primeiro CD do grupo Rala Coco, intitulado Eu Avistei. Um projeto independente que junta 16 composições inéditas e tem participação de convidados como Josildo Sá e Climério Santos.
“Aproveitamos para fazer homenagens a pessoas que admiramos e fizeram parte de nossa história”, diz Aurinha. Entre a lista estão o bonequeiro de Olinda Sílvio Botelho (numa canção inédita de Washington), Naná Vasconcelos (com quem Aurinha já tocou), o maestro Toni Fuscão Dias (responsável pela gravação do CD Pernambuco em Concerto e já falecido), além de Selma do Coco. “Começei tudo com ela. Ela é a rainha do coco”, reconhece.
E foi na frente da casa de Selma que o coco começou a fazer parte da vida de Aurinha, depois de participar de rodas de ciranda na Colônia Z4 de Pescadores, de Amaro Branco, Olinda. “A minha formação é erudita, participai do coral São Pedro Mártir e do Madrigal do Recife, mas o coco acabou me encantando e segui o popular”, revela. E foi mesmo com Selma que o coco passou a ser mais que brincadeira e diversão na vida de Aurinha. Ela se casou com o filho de Selma e passou a enfrentar os palcos com a cantora. “Nessa época, eu tocava percussão e assumia o palco no final do show dela”, lembra.
As duas tiveram desavenças e, hoje, não cantam mais juntas. Mas, nos shows de Aurinha, ela faz questão de deixar todos os problemas de lado para homenagear a ex-parceira. “A música que Selma faz tem a ver com as raízes do coco, então não posso deixar isso ficar de fora”, proclama.
E nem dá mesmo para as duas se desvincularem totalmente. A filha de Aurinha, e neta de Selma, Andreza, resolveu seguir as raízes familiares e, atualmente, faz persussão e voz no palco com a mãe. “Já toquei com a minha avó, com Josildo Sá e no PercPam, ao lado de Naná e Gilberto Gil”, lembra.
A presença de Andreza no palco dá ao show de Aurinha um toque de comicidade que faz o público se sentir à vontade, com brincadeiras e trocadilhos, embora elas ainda pareçam tímidas para assumir este estilo. “Como as brincadeiras podem não agradar a todos, não as pusemos no CD”, esclareceu Aurinha. Uma pena.
Além da filha, a grande parceria de Aurinha neste trabalho é o coquista Washington Felipe. Assim como elas, convive com o coco deste criança na colônia de Amaro Branco. “Tenho cinquenta e seis composições registradas, junto com Arnaldo do Coco, mas estou realmente investindo nesta união com Aurinha”, confessou Washington.
Para o lançamento, eles planejam uma grande festa, com convidados como o Samba Coco Raízes de Arcoverde, Zabumba de Mestre Chimba, Patusko e Os Caretas, de Triunfo. “Agora estamos buscando os últimos apoios para finalização do disco. Já gravamos e mixamos. É uma pena o nosso Estado não dê tanto apoio. O artista tem que despontar lá fora primeiro, isso é triste”, avalia o coquista.
Todavia, isso não impediu as homenagens da banda a Pernambuco. Na faixa Vento do Manuel, uma referência às raízes do coco e a cultura local: “Sou Leão do Norte/ da terra do frevo/ do maracatu, da ciranda de roda/ do coco de Aurinha e do Mestre Salu”.
“Nós queremos defender a cultura local, não importa o ritmo. No palco, cantamos Coco Raízes, Cascabulho, maracatu e queremos que as pessoas também cantem as nossas músicas. É assim que vamos difundir o coco”, acredita Washington.
SHOWS – Aurinha e a banda Rala Coco estará se apresentando no próximo dia 28 no Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda. No evento também sobem no palco Ferrugem do Amaro Branco, Isa e a Viola e outros convidados. A festa começa às 19h e o ingresso custa R$ 3.
O grupo se prepara ainda para a vaquejada de Arcoverde, que ocorre no dia 25. Já em novembro, uma grande festa reúne os mais tradicionais nomes do ritmo do Estado, também em Arcoverde, no Encontro do Coco.
(© Jornal do Commercio-PE)
20/09/2003
O que são quatro meses em uma carreira de vinte anos? Para Aurinha do Coco, representa a realização de um sonho. No último quadrimestre, ela e o coquista Washington Felipe produziram e gravaram o primeiro CD do grupo Rala Coco, intitulado Eu Avistei. Um projeto independente que junta 16 composições inéditas e tem participação de convidados como Josildo Sá e Climério Santos.
“Aproveitamos para fazer homenagens a pessoas que admiramos e fizeram parte de nossa história”, diz Aurinha. Entre a lista estão o bonequeiro de Olinda Sílvio Botelho (numa canção inédita de Washington), Naná Vasconcelos (com quem Aurinha já tocou), o maestro Toni Fuscão Dias (responsável pela gravação do CD Pernambuco em Concerto e já falecido), além de Selma do Coco. “Começei tudo com ela. Ela é a rainha do coco”, reconhece.
E foi na frente da casa de Selma que o coco começou a fazer parte da vida de Aurinha, depois de participar de rodas de ciranda na Colônia Z4 de Pescadores, de Amaro Branco, Olinda. “A minha formação é erudita, participai do coral São Pedro Mártir e do Madrigal do Recife, mas o coco acabou me encantando e segui o popular”, revela. E foi mesmo com Selma que o coco passou a ser mais que brincadeira e diversão na vida de Aurinha. Ela se casou com o filho de Selma e passou a enfrentar os palcos com a cantora. “Nessa época, eu tocava percussão e assumia o palco no final do show dela”, lembra.
As duas tiveram desavenças e, hoje, não cantam mais juntas. Mas, nos shows de Aurinha, ela faz questão de deixar todos os problemas de lado para homenagear a ex-parceira. “A música que Selma faz tem a ver com as raízes do coco, então não posso deixar isso ficar de fora”, proclama.
E nem dá mesmo para as duas se desvincularem totalmente. A filha de Aurinha, e neta de Selma, Andreza, resolveu seguir as raízes familiares e, atualmente, faz persussão e voz no palco com a mãe. “Já toquei com a minha avó, com Josildo Sá e no PercPam, ao lado de Naná e Gilberto Gil”, lembra.
A presença de Andreza no palco dá ao show de Aurinha um toque de comicidade que faz o público se sentir à vontade, com brincadeiras e trocadilhos, embora elas ainda pareçam tímidas para assumir este estilo. “Como as brincadeiras podem não agradar a todos, não as pusemos no CD”, esclareceu Aurinha. Uma pena.
Além da filha, a grande parceria de Aurinha neste trabalho é o coquista Washington Felipe. Assim como elas, convive com o coco deste criança na colônia de Amaro Branco. “Tenho cinquenta e seis composições registradas, junto com Arnaldo do Coco, mas estou realmente investindo nesta união com Aurinha”, confessou Washington.
Para o lançamento, eles planejam uma grande festa, com convidados como o Samba Coco Raízes de Arcoverde, Zabumba de Mestre Chimba, Patusko e Os Caretas, de Triunfo. “Agora estamos buscando os últimos apoios para finalização do disco. Já gravamos e mixamos. É uma pena o nosso Estado não dê tanto apoio. O artista tem que despontar lá fora primeiro, isso é triste”, avalia o coquista.
Todavia, isso não impediu as homenagens da banda a Pernambuco. Na faixa Vento do Manuel, uma referência às raízes do coco e a cultura local: “Sou Leão do Norte/ da terra do frevo/ do maracatu, da ciranda de roda/ do coco de Aurinha e do Mestre Salu”.
“Nós queremos defender a cultura local, não importa o ritmo. No palco, cantamos Coco Raízes, Cascabulho, maracatu e queremos que as pessoas também cantem as nossas músicas. É assim que vamos difundir o coco”, acredita Washington.
SHOWS – Aurinha e a banda Rala Coco estará se apresentando no próximo dia 28 no Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda. No evento também sobem no palco Ferrugem do Amaro Branco, Isa e a Viola e outros convidados. A festa começa às 19h e o ingresso custa R$ 3.
O grupo se prepara ainda para a vaquejada de Arcoverde, que ocorre no dia 25. Já em novembro, uma grande festa reúne os mais tradicionais nomes do ritmo do Estado, também em Arcoverde, no Encontro do Coco.
(© Jornal do Commercio-PE)
Aurinha e Grupo Rala Coco
Aurinha do CocoÁurea da Conceição de Assis Souza, dificilmente a principio de sabermos quem é, entretanto se vermos escrito Aurinha do Coco, com certeza todos nós vamos começar a nos imaginar dançando, sorrindo e cantando, movidos por este ritmo contagiante e pelo carisma deste que é sem dúvida uma das maiores conquistas da atualidade. Nascida em Olinda e criada dentro do ambiente coquista da sua cidade, Aurinha do Coco começou cantando em corais. Ela fez parte do coral São Pedro Mártir e, depois, do Madrigal do Recife, ambos regidos pelos maestros José Beltão e Otoniel Mendes.Tendo sido parceira de D. Selma do Coco por vinte anos, Aurinha vem difundindo cada vez mais esse ritmo da cultura pernambucana, participando de inúmeros eventos dentro de Pernambuco, assim como outros estados brasileiros. Faz parte da carreira musical de Aurinha do Coco apresentações no sexto PercPan em Salvador- BA, participando do projeto musical evocação a Pernambuco, a convite de Nana Vasconcelos, Festival de Inverno de Garanhuns, Triunfo, projeto Pernambuco em concertos na sua terceira edição, carnavais de Olinda e Recife, participação especial no CD Forró de Todos os Tempos de Alceu Valença na faixa 13 intitulada Coco do Rala Coco composta por Aracilio Araújo e Alceu Valença em homenagem a Aurinha do Coco e também no Cd Pernambuco em Concerto cantando Eu Avistei de as própria autoria. Com um grupo formado principalmente por jovens ainda anônimos no circuito musical, vem assumindo um compromisso de despertar a musicalidade e ensinar através de oficinas a todos aqueles que têm interesse em aprender um pouco desse ritmo.
Aurinha do CocoÁurea da Conceição de Assis Souza, dificilmente a principio de sabermos quem é, entretanto se vermos escrito Aurinha do Coco, com certeza todos nós vamos começar a nos imaginar dançando, sorrindo e cantando, movidos por este ritmo contagiante e pelo carisma deste que é sem dúvida uma das maiores conquistas da atualidade. Nascida em Olinda e criada dentro do ambiente coquista da sua cidade, Aurinha do Coco começou cantando em corais. Ela fez parte do coral São Pedro Mártir e, depois, do Madrigal do Recife, ambos regidos pelos maestros José Beltão e Otoniel Mendes.Tendo sido parceira de D. Selma do Coco por vinte anos, Aurinha vem difundindo cada vez mais esse ritmo da cultura pernambucana, participando de inúmeros eventos dentro de Pernambuco, assim como outros estados brasileiros. Faz parte da carreira musical de Aurinha do Coco apresentações no sexto PercPan em Salvador- BA, participando do projeto musical evocação a Pernambuco, a convite de Nana Vasconcelos, Festival de Inverno de Garanhuns, Triunfo, projeto Pernambuco em concertos na sua terceira edição, carnavais de Olinda e Recife, participação especial no CD Forró de Todos os Tempos de Alceu Valença na faixa 13 intitulada Coco do Rala Coco composta por Aracilio Araújo e Alceu Valença em homenagem a Aurinha do Coco e também no Cd Pernambuco em Concerto cantando Eu Avistei de as própria autoria. Com um grupo formado principalmente por jovens ainda anônimos no circuito musical, vem assumindo um compromisso de despertar a musicalidade e ensinar através de oficinas a todos aqueles que têm interesse em aprender um pouco desse ritmo.
CONHEÇEU O COCO POR ACASO?
Aurinha-
Até os 30 anos de idade, só conheçia os corais de música erudita, assim que me casei, fui morar no Amaro Branco, em Olinda, numa colônia de pescadores. Era uma espécie de recinto do coco raiz. Achava lindo quando os pescadores chegam do alto -mar e faziam toda uma celebração embalada pela dança popular. Não tem como se conter. Entrei no ramo e, graças a Deus, estou até hoje.
BATIZOU O SEU SEGUNDO CD SOLO DE ''SEU GRITO''
COMO FORMA DE EXALTAR A LIBERDADE?
Aurinha-
Tambem por isso, mas principalmente porque é uma maneira de manifestar a minha composição a violência física ou moral contra as mulheres, aos idosos e as crianças. Isso eu não admito.
TEM MEDO DA VIOLÊNCIA URBANA?
Aurinha-
Não dá para dar bobeira hoje em dia. Até em casa eu sinto medo. Quando se tem filho, os cuidados aumentam. Só sossego quando a minha filha chega em casa. E tambem deixo de sair para os lugares, porque me sinto ameaçada nas ruas.
É RELIGIOSA?
Aurinha-
Não sei viver sem o força da religião. sou católica e devota de São João e de Nossa Senhora da Conceição. Até já consegui alcançar alguns milagres. E meu conselheiro é Deus. Quando estou na dúvida é a ele quem procuro.
SEMPRE FOI EXTROVERTIDA OU O COCO AJUDOU A SE SOLTAR.
Aurinha-
Sou bem-humorada mesmo e sempre fui assim desde bem pequena. Se tenho problemas, não passo para as outras pessoas, mesmo se tiver triste. Tenho certeza de que meu altro-astral me ajuda muita a vençer as dificuldades da vida e a cresçer em todos os sentidos.
TEM ALGUM MESTRE, ALGUMA INSPIRAÇÃO ESPECIAL?
Aurinha-
Selma do Coco.que é a minha ex- sogra, e a minha mentora. é como se fosse a minha mãe.
GOSTA DE SE CUIDADE?
Aurinha-
Só um pouquinho. (risos) é talvez eu seja vaidosa sim.
PODE DIZER A IDADE?
Aurinha-
Ih, isso é uma história longa. Eu tenho duas idades: 57 é a verdadeira. E 62 é a que está registrada no cartório. Coisas do meu pai... Ele aumentou a idade de todos os filhos quando foi registrar. Vái lá entender a cabeça dele! Pensei em ajeitar isso, mas é tanta burocracia que prefere deixar para lá. Sou feliz assim mesmo.
Aurinha-
Até os 30 anos de idade, só conheçia os corais de música erudita, assim que me casei, fui morar no Amaro Branco, em Olinda, numa colônia de pescadores. Era uma espécie de recinto do coco raiz. Achava lindo quando os pescadores chegam do alto -mar e faziam toda uma celebração embalada pela dança popular. Não tem como se conter. Entrei no ramo e, graças a Deus, estou até hoje.
BATIZOU O SEU SEGUNDO CD SOLO DE ''SEU GRITO''
COMO FORMA DE EXALTAR A LIBERDADE?
Aurinha-
Tambem por isso, mas principalmente porque é uma maneira de manifestar a minha composição a violência física ou moral contra as mulheres, aos idosos e as crianças. Isso eu não admito.
TEM MEDO DA VIOLÊNCIA URBANA?
Aurinha-
Não dá para dar bobeira hoje em dia. Até em casa eu sinto medo. Quando se tem filho, os cuidados aumentam. Só sossego quando a minha filha chega em casa. E tambem deixo de sair para os lugares, porque me sinto ameaçada nas ruas.
É RELIGIOSA?
Aurinha-
Não sei viver sem o força da religião. sou católica e devota de São João e de Nossa Senhora da Conceição. Até já consegui alcançar alguns milagres. E meu conselheiro é Deus. Quando estou na dúvida é a ele quem procuro.
SEMPRE FOI EXTROVERTIDA OU O COCO AJUDOU A SE SOLTAR.
Aurinha-
Sou bem-humorada mesmo e sempre fui assim desde bem pequena. Se tenho problemas, não passo para as outras pessoas, mesmo se tiver triste. Tenho certeza de que meu altro-astral me ajuda muita a vençer as dificuldades da vida e a cresçer em todos os sentidos.
TEM ALGUM MESTRE, ALGUMA INSPIRAÇÃO ESPECIAL?
Aurinha-
Selma do Coco.que é a minha ex- sogra, e a minha mentora. é como se fosse a minha mãe.
GOSTA DE SE CUIDADE?
Aurinha-
Só um pouquinho. (risos) é talvez eu seja vaidosa sim.
PODE DIZER A IDADE?
Aurinha-
Ih, isso é uma história longa. Eu tenho duas idades: 57 é a verdadeira. E 62 é a que está registrada no cartório. Coisas do meu pai... Ele aumentou a idade de todos os filhos quando foi registrar. Vái lá entender a cabeça dele! Pensei em ajeitar isso, mas é tanta burocracia que prefere deixar para lá. Sou feliz assim mesmo.
Ex tapioqueira do alto da sé Olinda, a cantora Aurinha do Coco admite que essa dança popular de roda é a sua inspiraçãode vida porque é alegre, entusiasta e descontraída. Com 25 anos de carreira diz que não vem de uma familiacom tradição musical. '' Só entrei nas sambadas de coco graças a uma colônia de pescadores'' conta Aurinha.
Apresentação
Uma das mais conceituadas coquistas de Pernambuco, a olindense Aurinha do Coco abre 2007 festejando 25 anos de carreira com o lançamento do segundo CD solo: “Seu Grito”. Gravado no Fábrica Estúdios, no Recife, nos meses de setembro e outubro de 2006, produzido de forma independente, com patrocínio da Chesf, e distribuído pela Tratore, o disco tem 12 faixas, das quais Aurinha homenageia duas batidas do Coco: Xambá e o Coco Raiz de Olinda. O trabalho recebe a bênção de Naná Vasconcelos – padrinho artístico de Aurinha e produtor de seu primeiro CD (“Eu Avistei”, 2004) -, que assina o texto de abertura no encarte do disco.Aurinha sempre tocou o Coco Raiz, aquele tradicional, que “possui uma batida mais pisada, mais machucada e gostosa”, como ela mesma define. Mas em seu primeiro CD não foi a trabalhada. Ela utilizou a batida Xambá, que é mais rufada, mais recheada. Agora, neste segundo trabalho, ela brinca com os dois estilos.Acompanharam Aurinha na gravação de “Seu Grito” os músicos Alexandre Simpatia (pandeiro), Iran da Alfaia (alfaia), Andreza Karla (backing vocal e pandeiro), Wellington (ganzá), Moisés (percussão), Mamão (percussão) e Valéria Vanda (backing vocal), que formam a banda Rala Coco. Ainda foram convidados Isa Melo (backing vocal e direção de voz) e Viola (alfaia), percussionista de Olinda e grande conhecedor da batida tradicional do Coco, que assina a direção musical. Na faixa “Mestres da Cultura”, o som da rabeca é obra de Maciel Salu, numa participação especial do artista.Neste novo álbum, Aurinha aparece como compositora de cinco faixas. As demais são assinadas por Isa Melo, Zezinho, Luí¬s Boquinha, Tonino Arcoverde e Geraldo Lima. O nome do CD leva o mesmo título da música de trabalho. “Seu Grito” é de composição da própria Aurinha e fala de violência. Para a cantora, essa música é de extrema importância por fazer menção a um trabalho social que luta para reduzir a violência contra as mulheres. Há cinco meses, ela vem fazendo apresentações em um encontro de mestres coquistas promovido pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Olinda, num trabalho que será transformado em CD e DVD e, posteriormente, distribuído em escolas.CARREIRA - Aurinha não vem de uma família com tradição musical. Filha de um maquinista com uma dona-de-casa, na adolescência Aurinha trabalhou com o comércio em Olinda. Incentivada pelos irmãos mais velhos, aos 17 anos adentrou no mundo da música cantando em corais de música erudita.Com seu primeiro casamento, foi morar em Amaro Branco, numa colônia de pescadores que, na época, era um grande reduto do Coco Raiz. “Quando os pescadores chegavam do mar, se encontravam na colônia e participávamos todos de sambadas de cocos”, relembra Aurinha. Ao casar-se com Zezinho, filho de Selma do Coco, decidiu cantar com a sogra. Após dez anos de trabalho com Selma, Aurinha resolveu formar a sua banda – a Quebra Coco. O grupo durou apenas seis meses para dar lugar à Rala Coco, que já existe há oito anos.
Aurinha roda a saia em todos os sotaques do coco:O de RaízesO de XambáO de PraiaO de RodaO de EmboladaO de UmbigadaAurinha canta e se envolve com a maior simplicidade, Aurinha tem o dom, Aurinha tem a aura. Sua polirritmia é contagiante, todos os sotaques do coco encontram em Aurinha um porta-voz, que propaga, celebra e festeja essa riqueza multicultural que a África nos deu e que Aurinha do Coco faz com tanta dignidade.Aurinha é a primeira dama do coco.Ela raspa o cocoDo coco faz a cocadaE o resultado é a mais gostosa umbigadaDa primeira-dama, Aurinha do Coco.(NANÁ VASCONCELOS)
Uma das mais conceituadas coquistas de Pernambuco, a olindense Aurinha do Coco abre 2007 festejando 25 anos de carreira com o lançamento do segundo CD solo: “Seu Grito”. Gravado no Fábrica Estúdios, no Recife, nos meses de setembro e outubro de 2006, produzido de forma independente, com patrocínio da Chesf, e distribuído pela Tratore, o disco tem 12 faixas, das quais Aurinha homenageia duas batidas do Coco: Xambá e o Coco Raiz de Olinda. O trabalho recebe a bênção de Naná Vasconcelos – padrinho artístico de Aurinha e produtor de seu primeiro CD (“Eu Avistei”, 2004) -, que assina o texto de abertura no encarte do disco.Aurinha sempre tocou o Coco Raiz, aquele tradicional, que “possui uma batida mais pisada, mais machucada e gostosa”, como ela mesma define. Mas em seu primeiro CD não foi a trabalhada. Ela utilizou a batida Xambá, que é mais rufada, mais recheada. Agora, neste segundo trabalho, ela brinca com os dois estilos.Acompanharam Aurinha na gravação de “Seu Grito” os músicos Alexandre Simpatia (pandeiro), Iran da Alfaia (alfaia), Andreza Karla (backing vocal e pandeiro), Wellington (ganzá), Moisés (percussão), Mamão (percussão) e Valéria Vanda (backing vocal), que formam a banda Rala Coco. Ainda foram convidados Isa Melo (backing vocal e direção de voz) e Viola (alfaia), percussionista de Olinda e grande conhecedor da batida tradicional do Coco, que assina a direção musical. Na faixa “Mestres da Cultura”, o som da rabeca é obra de Maciel Salu, numa participação especial do artista.Neste novo álbum, Aurinha aparece como compositora de cinco faixas. As demais são assinadas por Isa Melo, Zezinho, Luí¬s Boquinha, Tonino Arcoverde e Geraldo Lima. O nome do CD leva o mesmo título da música de trabalho. “Seu Grito” é de composição da própria Aurinha e fala de violência. Para a cantora, essa música é de extrema importância por fazer menção a um trabalho social que luta para reduzir a violência contra as mulheres. Há cinco meses, ela vem fazendo apresentações em um encontro de mestres coquistas promovido pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Olinda, num trabalho que será transformado em CD e DVD e, posteriormente, distribuído em escolas.CARREIRA - Aurinha não vem de uma família com tradição musical. Filha de um maquinista com uma dona-de-casa, na adolescência Aurinha trabalhou com o comércio em Olinda. Incentivada pelos irmãos mais velhos, aos 17 anos adentrou no mundo da música cantando em corais de música erudita.Com seu primeiro casamento, foi morar em Amaro Branco, numa colônia de pescadores que, na época, era um grande reduto do Coco Raiz. “Quando os pescadores chegavam do mar, se encontravam na colônia e participávamos todos de sambadas de cocos”, relembra Aurinha. Ao casar-se com Zezinho, filho de Selma do Coco, decidiu cantar com a sogra. Após dez anos de trabalho com Selma, Aurinha resolveu formar a sua banda – a Quebra Coco. O grupo durou apenas seis meses para dar lugar à Rala Coco, que já existe há oito anos.
Aurinha roda a saia em todos os sotaques do coco:O de RaízesO de XambáO de PraiaO de RodaO de EmboladaO de UmbigadaAurinha canta e se envolve com a maior simplicidade, Aurinha tem o dom, Aurinha tem a aura. Sua polirritmia é contagiante, todos os sotaques do coco encontram em Aurinha um porta-voz, que propaga, celebra e festeja essa riqueza multicultural que a África nos deu e que Aurinha do Coco faz com tanta dignidade.Aurinha é a primeira dama do coco.Ela raspa o cocoDo coco faz a cocadaE o resultado é a mais gostosa umbigadaDa primeira-dama, Aurinha do Coco.(NANÁ VASCONCELOS)
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